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quinta-feira, 23 de julho de 2009

Um filme sobre a Índia que a novela da Globo não mostra!

Esse menino tem uma grande vontade de estudar! Concordam?

Colegas, professores e amigos!

O professor Aroldo Alcantara de Paula Souza é delegado da ACP na Conferência Estadual de Educação, que será realizada em setembro ou outubro próximos. Enviem para o e-mail aroldoalcantaradepaulasouza@gmail.com sugestões para a conferência.

Na conferência intermunicipal defendi a seguinte proposta no eixo III (Acesso, permanência e sucesso):
Para a garantia do acesso, da permanência e do sucesso escolar as iniciativas pública e privada devem assegurar, custear e apoiar a formação continuada de professores em nível lato e stricto sensu.

Aristóteles de Estagira

A partir do século IX a.C., tem início para a Grécia Antiga um importante período de sua história: as comunidades aldeãs dos tempos homéricos (1200 a 800 a.C.) cedem lugar a unidades políticas maiores, sempre formadas em torno de uma acrópole (parte mais elevada da cidade grega – a mais célebre foi a de Atenas, onde foi erigido o Parthenon). São as cidades-estado: Tebas, Megana, Corinto, Mileto e, as mais importantes, Atenas e Esparta. As cidades-estado variavam muito em área, costumes e população, tendo passado para a história como o berço da democracia e da filosofia do mundo ocidental.
Nesta sociedade grega conviviam diferentes grupos sociais: os artesãos, os trabalhadores liberais (como os médicos), os pequenos proprietários e os não-proprietários, além de escravos, aprisionados por guerra ou dívida, que tinham sua força de trabalho utilizada em lavouras, oficinas artesanais e afazeres domésticos. O trabalho escravo permitiu aos cidadãos mais ricos liberarem-se do trabalho produtivo, tendo sua condição privilegiada determinada pela extensão de suas propriedades e pela quantidade de escravos que dispunham.
Algumas inovações surgidas entre os séculos VIII e VI a.C. ajudaram a mudar a visão que o homem grego tinha de si mesmo e do mundo: com a escrita, a moeda, as leis escritas e exercendo a cidadania na Pólis, o homem avançou de uma consciência mítica - importante, pois representou a exploração inicial de um vasto mundo desconhecido - para uma consciência filosófica, que alcançou seu apogeu, junto com a própria civilização grega, no período denominado Clássico, compreendido entre os séculos V e IV a.C.
Expoente do período Clássico, Aristóteles foi o pensador grego que mais fortemente influenciou a civilização ocidental. Suas pesquisas em lógica, ética, política e ciências não sofreram maiores contestações até meados do século XVII. O sábio grego nasce em Estagira, na Macedônia, em 384 a.C., sendo seu pai médico do rei Amyntas, sucessor de Felipe II e Alexandre Magno. Em 367 a.C. viaja até Atenas, uma cidade já consagrada como o centro mundial do conhecimento, inscrevendo-se na célebre Academia de Platão, que se encontrava ausente, buscando implantar, sem sucesso, suas idéias na Síracusa, onde o novo tirano, Dionísio II, havia ascendido ao poder. Na Academia, a figura principal era o matemático e astrônomo Eudoxo de Cnido. Um ano depois, Platão retorna fatigado de sua jornada e é então apresentado ao seu novo discípulo. Aristóteles permanece aí cerca de vinte anos e encontro em Platão, cinqüenta anos mais velho, um incomparável professor.
Em 317 a.C. morre Platão, e Aristóteles, terrivelmente decepcionado por não ter sido escolhido pelo mestre para a direção da Academia, deixa Atenas e parte em direção a Assos, atual Turquia, onde permanece até 344 a.C., na corte de Hérmias, ex-integrante da Academia, até o assassinato deste tirano. Por dois anos permanece em Mitilene, até que em 343 a.C. é convocado à corte de Felipe II, em Pela, com a missão de tornar-se o preceptor de Alexandre, então com treze anos.
Em 388 a.C., na Batalha de Queróneia, as cidades-estado são derrotadas pelas tropas macedônicas e chega ao fim a autonomia grega. Toda a Grécia encontrava-se unida, infelizmente, em correntes, sob o julgo de Felipe II. Inicia-se um novo período na história grega: a helenização do mundo “bárbaro”. Dominada territorialmente pela Macedônia e depois por Roma, a Grécia terá suas fronteiras aviltadas e seus conhecimentos comporão o pensamento e a vida das futuras sociedades européias, influenciando de sobremaneira todo o pensamento ocidental. Aristóteles nunca concordou com a helenização mundial imposta por Alexandre, não aceitando a fusão da civilização grega com a oriental (bárbara) por acreditar que povos tão distintos entre si nunca poderiam compor um mesmo regime político.
No ano de 366 a.C. Felipe II é assassinado e Alexandre torna-se rei, dando continuidade à expansão de um dos maiores impérios da antiguidade, conquistando a Ásia Menor, Fenícia, Egito, Babilônia e parte da Índia. Junto com o domínio militar macedônico avança também a cultura grega. Em 335 a.C. Aristóteles retorna a Atenas e funda o Liceu. Suas aulas, como era usual na época, ocorriam em meio a caminhadas, onde seus discípulos – os peripatéticos, que significa em grego “os que passeiam” – gozavam do ócio para desenvolverem um saber essencialmente contemplativo. O Liceu tornou-se um centro de estudos dedicado às ciências naturais, alcançando grandes êxitos no campo da biologia. Após a morte de Alexandre, Aristóteles passou a ser hostilizado pelos atenienses, em razão de ser ele um estrangeiro e um colaborador do dominador macedônico, sendo acusado de impiedade e tendo de fugir para Cálcis, onde morre, em 322 a.C.

O mito de Édipo segundo Sófocles



Segundo a mitologia grega, Édipo é filho de Laio e Jocasta, reis da cidade-estado grega Tebas. Conforme o costume da época, Laio consulta um oráculo, que lhe prediz que não deve ter filhos com a rainha Jocasta e caso os tenha, seu filho o assassinará e desposará a própria mãe – parricídio e incesto, dois crimes tidos como hediondos para os gregos. Nasce Édipo e o medo da previsão faz com que o rei ordene ao servo que leve o menino à floresta e o mate, amarrando-o com um fio trespassado por orifícios feitos nos tornozelos – daí o nome Édipo, que em grego significa “aquele que tem os pés inchados”, na verdade, feridos pela produção dos orifícios. O servo se compadece do menino e o entrega a outro servo, que pertence ao reino vizinho. O menino é adotado pelo rei e rainha deste reino e cresce. Agora é Édipo quem visita o oráculo e ouve seu horrível destino: matar o pai e desposar a mãe. Foge desesperado e em viagem, esbarra na comitiva do rei Laio, seu pai verdadeiro. Combate-o e mata-o. Já se cumpriu a primeira parte da profecia. Ao chegar a Tebas, vê a cidade atormentada por um monstro mitológico, a esfinge, uma espécie de leão que, às portas da cidade, aborda os viajantes e lhes propõe um enigma. Édipo é submetido à seguinte pergunta: “qual criatura tem quatro pés na manhã, dois à tarde e três à noite?”. Com inteligência, Édipo responde que é o homem, pois de manhã – infância – engatinha enquanto bebê. À tarde – vida adulta – apenas dois, pois caminha ereto sobre as pernas apenas. À noite – velhice – adota um terceiro membro, na verdade, uma bengala que serve de apoio às pernas cansadas pela idade. A esfinge se lança num penhasco e morre e a cidade é libertada pelo “herói”, que é entronizado e recebe de Creonte, irmão da rainha, a honra de casar-se com Jocasta e reinar sobre a cidade-estado. Cumprida na totalidade a profecia.

Édipo tem quatro filhos com Jocasta – entre eles Antígona, outra fonte de inspiração para Sófocles – e administra bem a cidade até que uma peste assola a cidade e o rei Édipo envia seu agora cunhado, Creonte, ao oráculo, que vaticina que a peste só será debelada após o assassino do rei Laio for encontrado e punido. É justamente aí que tem início a obra sofocliana Édipo Rei.

Creonte traz a noticia que o assassino encontra-se inserido em pleno reino e que o sábio cego Tirésias sabe a resposta do enigma que atormenta o Rei. Tem início uma completa investigação criminal que culmina com o inevitável: Édipo conscientiza-se e pune a si mesmo, perfurando seus olhos e exilando-se em companhia das filhas Ismênia e Antígona para a região de Colono, próximo a Atenas – aqui a gênese da terceira obra da trilogia sofocliana: Édipo em Colono, seguida por Antígona. A rainha Jocasta suicida-se e Creonte passa o poder aos dois filhos de Édipo que, mais tarde, se matarão na disputa pelo poder.

Sófocles, originalmente, não criou a lenda do Édipo Rei. Essa lenda foi transmitida de geração para geração desde os tempos imemoriáveis, por meio de transmissão oral. O trágico grego tampouco foi o único a escrever sobre o atormentado rei tebano. O mito foi a primeira explicação que o homem compõe sobre um mundo desconhecido e perigoso. A visão mítica serviu de preâmbulo à racionalidade grega, que evoluiu ao pensamento cientifico do homem moderno.

PENSAMENTO DOS GREGOS ANTIGOS

Foram os sofistas os principais responsáveis pela democratização da educação na Grécia Antiga, apesar de se dedicarem, quase que exclusivamente, do ensino de retórica. Seus alunos eram oriundos de outras classes sociais, já que a aristocracia dispunha de um ensino preceptorial.
A educação grega – a Paidéia ou uma ação recíproca entre o processo histórico pelo qual se chegou à formação do homem grego e o processo espiritual através do qual os Gregos lograram elaborar o seu ideal de humanidade - prestava-se à formação do cidadão-livre, que deveria administrar e defender a cidade com justiça e virtude.
Jeanne Claude Mossé, renomada filósofa francesa que esteve no Brasil em 1988, nos apresenta em sua obra O processo de Sócrates (1990, Jorge Zahar Editor) uma valiosa citação de Crítias – sofista e tio de Platão:

“Houve uma época em que a vida do homem era desordenada e controlada pela força bruta (...), assim como a dos animais selvagens. Não havia então nem recompensa para os bons, nem punição para os maus. Depois, os homens conceberam a idéia de impor leis como instrumento de punição, a fim de que a justiça fosse à única vencedora e derrotasse a violência. Se alguém cometia um erro, era punido. Mas como as leis somente puniam os atos de violência declarada, os homens continuaram a cometer seus crimes em segredo. Então acredito que um homem decidido e enxergando longe percebeu a necessidade de um preventivo que desse resultado, mesmo quando meditássemos ou executássemos ações escondidas. Assim foi introduzida a idéia de divindade, de um deus sempre ativo e vigoroso, ouvindo e vendo em espírito tudo o que fazem ou dizem os homens. Tal foi, portanto, a origem da crença nos deuses e da obediências às leis.”

Aristóteles, tal como os filósofos da época, era um sábio, dotado de conhecimentos de diversas áreas: história, ética, biologia, medicina e até gramática. Escreveu uma obra sobre a gramática e lingüística de seu tempo intitulada Poética ou Arte Poética. Nela, descreve minuciosamente as definições de todos os gêneros lingüísticos existentes: comédia, mito, peripércia, e muitos outros, incluindo a tragédia grega:
É pois a tragédia imitação de uma ação de caráter elevado, completa e de certa extensão, em linguagem ornamentada. (...) Se efetua não por narrativa, mas mediante atores. (...) O espetáculo cênico é uma das partes da tragédia. (...) São seis as suas partes: mito, caráter, elocução, pensamento, espetáculo e elopéia.
O helenista alemão Werner Jaeger, autor do clássico Paidéia (1986, Ed. UNB/Martins Fontes) preconiza que a tragédia grega reveste-se, para o homem grego do século V a.C., em instituição normativa. O espetáculo teatral possuía considerável poder educativo. Sófocles aceitou, com plena consciência, o papel de sucessor de Ésquilo, sendo este considerado pelos atenienses um herói e venerável mestre. A concepção grega de poesia não se apoiava na individualidade, mas na perpetuação de uma arte que se transmitia de um poeta para o outro. Um pensamento do célebre Isócrates atesta esta mais esta particularidade dos gregos antigos: “Não é no que se faz pela primeira vez, mas na mais perfeita realização de uma arte que se observa a originalidade”.

Sófocles-rei


Pertencente à aristocracia – era filho de um rico fabricante de armas – Sófocles destacou-se como um dos maiores trágicos gregos, ao lado de Eurípides e Ésquilo, nasceu na localidade de Colona, próximo a Atenas, em 495 a.C. e faleceu em 405 a.C. Foi contemporâneo de Ésquilo (525–456 a.C.), Sócrates (469–369 a.C.). Viveu, portanto, 90 anos, em pleno século de ouro da Grécia, ao longo dos quais escreveu mais de 100 obras. Apenas sete alcançaram nossos dias na íntegra: Ájax, As Traquínas, Filoctetes, Electra e a trilogia sofocliana: Édipo Rei, Antígona e Édipo em Colono.

A Pólis - cidade-estado grega - era a unidade político-administrativa do mundo grego do tempo de Sófocles. Não haviam ainda países como concebemos atualmente. Cada cidade compunha seu conjunto de leis e, mesmo quando alinhadas em ligas ou confederações, mantinha independência uma em relação às outras.

As cidades gregas do período eram construídas ao redor de um acidente geográfico denominado acrópole. Tratava-se de um pequeno planalto, situado a aproximadamente 50 metros acima do nível da cidade, sobre o qual eram edificados edifícios públicos, em geral templos religiosos. A mais célebre acrópole é a de Atenas, sobre a qual foi construído o Parthenon.

A sociedade destinada a administrar e defender a cidade antiga grega era composta por uma base populacional composta de cidadãos livres, metecos (estrangeiros dedicados ao comércio), mulheres e crianças, além de grande contingente de escravos. O cidadão livre, único segmento da sociedade com direito a voto nas plenárias que tinha lugar na praça central – a Agora. Tratava-se de um indivíduo isento da atividade produtiva, dedicado ao ócio graças à mão-de-obra escrava, gerada por meio de guerras, endividamento ou nascimento.

Apoiando a ruptura do pensamento humano com o mito, a racionalidade lança as bases da filosofia grega, que é inspiradora e matriz do pensamento da civilização européia moderna (ocidental, portanto!).

O século em que viveu Sófocles, V a.C., é denominado pelos pesquisadores como o século de ouro da sociedade grega e a filosofia classifica o período como “socrático”, pois nele viveu o maior filósofo grego: Sócrates, que teve como discípulo Platão, responsável por registrar em suas obras, na maioria diálogos, a existência e o conhecimento produzido pelo ilustre pensador.

O capítulo XIV da obra História da Grécia de Mario Curtis Giordani, editado em 1967 pela Editora Vozes, compõe com muita propriedade um retrato sobre a riqueza e a imortalidade da literatura grega e nos apresenta a péssima noticia de que a grande maioria das obras perdeu-se ao longo do movimento da história. Seus escritos apresentam íntima ligação com a cultura ocidental e são fartamente estudados e utilizados ao longo de diferentes períodos da história. Pensadores das mais diversas origens debruçaram-se sobre tais obras para comporem, a partir delas, seus próprios escritos. Agostinho, Tomás de Aquino, Comênio, Rousseau, Locke, Boécio, Averróis e outros notáveis fundamentaram suas criações a partir das leituras dos gregos de todos os períodos: pré-socráticos, socráticos e helenísticos. O pensamento de Sócrates pode até ter representado uma divisão da linha temporal grega, mas nos períodos anteriores e posteriores existiram intelectuais da mais brilhante estipe, como Parmênides, Heráclito, Protágoras e Epicuro.

A leitura de clássicos do teatro grego como Medeia, Antígona ou Édipo-Rei expõe um conjunto de qualidades admiráveis da literatura grega do período: originalidade, beleza, desembaraçamento e musicalidade. Estes textos gregos foram escritos no dialeto jônico-ático, que foi a língua dos poetas e filósofos de Atenas, e impressos em papiros, com uma escrita pessoal, distinta da caligráfica, da cursiva ou da administrativa, destinadas aos negócios, da justiça e da administração da polis, executadas por escribas profissionais.

A literatura grega é dividida em três períodos: pré-Ático ou jônico, das origens ao século V a.C.; Ático ou ateniense, do século V a.C. ao ano de 320 a.C. – nesse período surgem a tragédia, a comédia e o teatro; helenístico, estende-se até Roma.

Tal como o estádio, onde se realizavam os esportes olímpicos, toda cidade grega possuía um teatro, onde as peças eram encenadas para o público. Esta atividade cultural grega nasce a partir dos cultos dionisíacos (religiosos, portanto). Os espetáculos eram financiados pelo Estado e as peças eram julgadas por comissões que conferiam prêmios aos melhores espetáculos. Ésquilo, Sófocles e Eurípides foram os trágicos mais premiados da Grécia Antiga.

Os espetáculos teatrais eram elementos importantes da cultura geral grega e só eram apreciados por uma elite aristocrática.

Peças como Prometeu Acorrentado, Édipo - Rei e Medeia adquiriram um caráter universal e foram encenadas inúmeras vezes em palcos de todo o mundo.

Leia um artigo sobre os textos clássicos!

Foi publicado no site da UFSCAR um artigo sobre os textos clássicos. Leia na íntegra em http://www.reveduc.ufscar.br/index.php?option=com_content&task=view&id=69&Itemid=51 ou clique no título.
Resumo:

A leitura de textos clássicos no curso de pedagogia da UNAES foi o tema de uma pesquisa monográfica em 2007. Foi empreendida uma investigação sobre a instituição, o curso e sua biblioteca. Através da análise das ementas, grades e registro do acervo ficou constatado que a desvalorização do texto clássico não é um fenômeno restrito à sala de aula e que, duas disciplinas constituem-se como exceções em meio à regra geral: utilização de manuais didáticos, trechos de dissertações e fotocópias de capítulos de livros contemporâneos. Discurso, prática e linha de pensamento dos professores das disciplinas pesquisadas foram analisados com o objetivo de demonstrar que a vertente marxista “ciência da história” pressupõe uma didática baseada na cientificidade histórica comum aos textos clássicos.